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Devo deixar meu bebê de bruços?


Pediatras do mundo todo recomendam que bebês devam dormir de barriga para cima para reduzir risco da “Morte Súbita” – Síndrome da morte súbita em recém-nascidos- e por conta dessa recomendação (que é muito importante), muitos pais tem evitado colocar seus bebês de bruços. Porém, ficar de bruscos é seguro e importante para o desenvolvimento neuro-psicomotor do bebê.

A academia Americana de pediatria recomenda que o bebê fique de bruços desde seus primeiros dias, assim que chegar em casa. Essa atividade deve ser realizada enquanto o bebê estiver acordado e alerta e sempre na presença de um adulto. A renomada Clínica Americana Mayo Clinic recomenda que pais promovam essa posição pelo menos 3 vezes ao dia, por alguns minutos; a meta é chegar a ficar pelo menos 20 minutos por dia (para bebês de 3 a 4 meses) e aumentar de acordo com a tolerância e habilidade de cada um. Nos EUA “Tummy Time” (tempo de bruços), é um termo que foi criado por profissionais de saúde para enfatizar a importância de colocar os bebês todos os dias de barriga para baixo suportados pelos braços.

Ficar de bruços é fundamental para o desenvolvimento motor dos bebês pois não somente promove a estimulação sensorial, mas também, promove o fortalecimento dos músculos do pescoço, ombros, braços e tronco. Ficar de bruços é essencial pois está diretamente ligado com a habilidade de estabilizar e manipular objetos. Ficar de bruços também promove o desenvolvimento de habilidades motora grossa, por exemplo: rolar e virar. Esses movimentos ensinam conceito de distância, espaço e tempo para se mover de um lugar ao outro. Quando o bebê se apoia nos braços e mãos, a pele, os músculos, e o cérebro estão recebendo estimulação tátil e proprioceptiva. Esse tipo de estimulação prepara o bebê para explorar e aprender através do ambiente. O bebê também está estimulando a percepção visual do ambiente que o ajudará a entender o que ele vê e a explorar o ambiente além de prepara-lo para agir. Bebês que ficam bastante tempo de costas durante o dia talvez não se desenvolverão tão bem e tão rápido como os bebês que ficam de bruços.

Como terapeuta atuando em pediatria, atendo crianças com vários problemas de desenvolvimento, desde torcicolo até atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor. Parte da primeira avaliação é um questionário para os pais. Neste questionário sempre pergunto se a criança fica de bruços, e por quanto tempo. Infelizmente as respostas são muito parecidas, e na maioria das vezes ouço NÃO! ou MUITO POUCO!. Quando pergunto aos pais a razão, eles geralmente explicam:

-“ Meu bebê não gosta de ficar de bruços”

- “Ele chora e chega até ficar vermelho”

- “Meu bebê fica irritado, e ele só para de chorar quando pego-o no colo ou quando viro-o de barriguinha para cima”

-“ Sou muito ocupada e meu bebê fica no carrinho a maioria do dia, somente assim consigo fazer minhas obrigações”.

Quando explico a importância de ficar de bruços, e como a falta desta atividade pode influenciar no desenvolvimento e até mesmo causar outros problemas, os pais se espantam.

Sempre oriento para que os pais coloquem o bebê no chão, com um brinquedo na frente e estimule-o a brincar. O adulto também pode ser o “brinquedo” e ficar na frente do bebê fazendo sons e falando para manter a atenção dele. Segue algumas dicas: Existe no mercado, uma variedade de brinquedos que promovem a estimulação, mas também existem maneiras mais baratas de proporcionar estimulação para seu bebê.

1.Coloque um travesseiro debaixo dos braços do bebê, (isso ajuda a atividade a ficar mais fácil) e aos poucos diminua o tamanho do travesseiro assim o bebê não irá sentir nem fazer tanto esforço no começo ficará menos “irritado”.

2. Coloque o bebê na barriga da mãe/pai, cante uma música, faca caretas, sons, para que essa atividade se torna um momento mais carinhoso e divertido entre pais e filhos.

Já me perguntaram se devemos deixar o bebê chorando até acostumar com a posição, a reposta é não!, aos poucos, o bebê irá se acostumar a ficar de bruços, e quando menos perceber, estará gostando, explorando, aprendendo, e se desenvolvendo mais adequadamente. Mas enfatizo que devemos tentar expor o bebê pelo menos 3 vezes ao dia e Nunca deixa-lo sozinho nesta posição.

E não se esqueçam: Dormir de costas e brincar de barriga!.

Matéria escrita pela Terapeuta Ocupacional (TO): Georgeta Paulino. Brasileira, mora nos EUA desde 2000 onde é licenciada e atua até o momento como TO. Mestrado pela Universidade de Touro (EUA) com ênfase em pediatria. Trabalha nos EUA atendendo crianças e adolescentes de 0-21 anos com distúrbios neurológicos (distrofias musculares, paralisia cerebral, espinha bífida) amputados, crianças com autismo, Síndrome de Down, distúrbios de aprendizado e atraso do desenvolvimento.

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